sábado, 13 de março de 2010

Cordel de despedida Assentamento Dom Matias - 31/01/2010


“Minha vida é andar por esse País!
De Salvador para Itaberaba
De Itaberaba à Ipirá
Vindo ali pela Conceição
Para pousarmos no Ciatá.

Doze dias no assentamento
Passando em rio, riacho
Suando no sol a pino
Esperando o grande momento
De começarmos as Oficinas
De iniciarmos o Entrosamento

Passa boi, passa boiada
O carro cai até dentro d´água
Piaba vai de carona
Celular sai para nadar
E a força dos homi e das mulher forte
Não deixa o carro afundar (...)

Nessa história tem muitos personagens
Muita gente a agradecer
Se começasse pelo A
Demoraria um tantão até chegar ao Z.

Se gasolina fosse ouro
Nós não teria dinheiro para pagar
Tamanha quantidade que Janete
Teve que beber para funcionar (...)

Teve rabada, teve tripa,
Limão, leite e até homem pra empurrar
Janete, quando teimava empacar

E tudo isso vai deixar recordação,
Dos homi e das mulé
De todo esse sertão.
Vamo lembrar também da alegria
Das crianças e dos jovens Que folia!
E de todo aquele sambão
que fechou a primeira aula
Eita que emoção!

E no final dessa jornada
Aqui no Dom Mathias
O corpo ta moído
De tanto peso carregar

Entra em carro, saí de carro.
Acorda cedo, antes mesmo das galinhas,
Pro almoço preparar.
E os alunos, eita menino!
Vem de muito longe Para nos proporcioná
momentos de muita emoção
Que dentro desse “Cordel”
Nem mesmo vai dar

Uma hora, meia hora,
Nesse Sol a caminhar,
Atravessando rio,
passando em pasto,
Tudo isso para teatrar
Com esse povo raçudo
Que veio até o sertão
Compartilhar dessa arte
E um pouquinho revolucionar
Trocando em miúdos
E reinventando o Bê-a-Bá.

O tempo passa, o tempo Voa
E vamos chegando no finá.
Desse canto que é um resumo
Desse nosso caminhar
Que foi em passo junto
Assim coladinho
com esse povo especiá

Já nos Quarenta e Cinco
Vamos anunciando o grande finá
E com emoção nos despedimos
Porque amanhã logo cedo
Antes mesmo que amanheça
Colocamos o pé na estrada
Levando na cabeça
Muitas histórias com certeza
Dessa temporada pelo sertão

Somos o Grupo de Teatro Roda Moinho
Aqueles que no início não nos conheciam
Amanhã com certeza
se lembrarão”.

Fazendo Arte


Bom dia minha gente, foi agora que eu cheguei, o teatro vem chegando e vem trazendo notícias fresquinhas para vocês...

Entre os dias 22 a 27 de março de 2010, o Grupo de Teatro Roda Moinho vai realizar no Espaço Zouk Show, lá em Paripe, três oficinas de teatro. As oficinas fazem parte da Semana de Teatro do Subúrbio em comemoração ao Dia do Teatro que é celebrado no dia 27 de março.
As inscrições são gratuitas e já estão rolando lá no Zouk Show ou através do contato@academiadaarte.com.br.
Aproveite essa chance e venha teatrar conosco!

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Histórico

Em 2008, Alexandre Geisler, Rosa Adelina e Flávia Padilha, então alunos do curso de licenciatura em artes cênicas da Universidade Federal da Bahia, se unem com o propósito de dialogar com questões contemporâneas, através da linguagem teatral de forma poética e irreverente, utilizando-se para isso de encenações, do teatro-educação e de intervenções.

Em 2009, Érica Lopes entra no grupo passando a compor o corpo artístico e somando conhecimentos técnicos e de produção.

Ainda em 2008, o grupo de Teatro Roda Moinho foi contemplado com o edital n. 06/ 2008 de ocupação de espaços culturais da Fundação Cultural do Estado da Bahia (FUNCEB) e ficou em cartaz durante o mês de agosto com o espetáculo inédito Quindim, o catador de sonhos no Centro Cultural de Plataforma.

O espetáculo foi apresentado ainda no mês de setembro de 2008, na rua, como parte da programação do 5° Festeatro, realizado no Teatro Municipal de Ilhéus, em Ilhéus/BA, e voltou a cartaz em 2009 realizando temporada no mês de agosto no Teatro Gamboa Nova.

O grupo criou e executou o Projeto Conhecendo o Teatro, durante um ano, na Escola Municipal Antonio Pithon, com aulas de teatro para todas as turmas e para algumas mães, além uma intervenção no local “Mãe Buffa”, desde 2007. Realizou as oficinas intituladas Viva o Artista Ser Humano – de Teatro do Oprimido e Dança-Teatro, ministrada por Flávia Letícia – e a oficina As Nossas Máscaras: Uma experiência em Teatro de Máscaras e Commedia dell´Arte – ministrada por Rosa Adelina, ambas no Colégio Estadual Cidade de Curitiba, no Eng. Velho de Brotas, Salvador/Ba, durante todo o semestre de 2008.2.

Em 2009.1 participou da Campanha de São João 2009 da REDE BAHIA, numa realização da VERBO COMUNICAÇÔES, confeccionando os bonecos e o cenário e fazendo a manipulação. A campanha teve veiculação de chamada na TV BAHIA de 1 minuto, e, de propaganda no jornal CORREIO DA BAHIA, durante um mês.

Em 2009.2 realizou oficina “Formas Animadas: Construção de Bonecos Dinâmica e Manipulação” para professores na 15ª Jornada Pedagógica do SINPRO.

Ainda em 2009 foi contemplado pelo Edital de Formação e Qualificação artístico - cultural, da Secretaria de Cultura, juntamente com a FUNCEB, que proporcionou a realização do projeto As Nossas Máscaras, em assentamentos de Reforma Agrária nas cidades de Ipirá e Ruy Barbosa (Bahia), realizado em janeiro e fevereiro de 2010. A partir desse último projeto o grupo intensificou a pesquisa com intervenções cênicas na rua, inicialmente nos povoados e assentamentos contemplados pelo projeto.

Em comemoração ao dia do Teatro e do Circo, o Grupo realizou, no mês de março de 2010, o Projeto Fazendo Arte, no bairro de Paripe, em Salvador, com oficinas de Teatro de Máscaras, Formas Animadas e Iniciação Teatral. O projeto teve o apoio financeiro do Calendário de Apoio da Fundação Cultural do Estado da Bahia – FUNCEB. As oficinas e a mostra final atingiram cerca de 200 pessoas.

Durante todo o ano de 2010 o grupo realizou o projeto “Teatro Popurural: Projeto de Formação em Linguagens Artísticas” no Assentamento Poço Longe, localizado no Município de Ruy Barbosa/BA, atuando com as crianças e adolescentes. O projeto já promoveu a realização de diversas oficinas de teatro, uma oficina de música e uma de circo, além da criação, encenação e circulação de um espetáculo do repertório da Commedia Dell’Arte com o grupo de teatro formado pelos adolescentes do assentamento, intitulado “O Mistério das Ovelhas”, com direção de integrantes do Grupo, no assentamento e na praça Adalberto Sampaio (Ruy Barbosa-BA). Parte do projeto foi viabilizada pelo Fundo de Cultura do Estado da Bahia através da Demanda Espontânea.

Em agosto de 2010 realizada oficina de Teatro do Oprimido em Petrolina-PE na UNIVASF (Universidade Federal do São Francisco).

Em 2011, o grupo foi contemplado com edital de apoio a grupos artísticos da FUNCEB, através do qual está realizando atividades de formação, pesquisa e intervenções em cidades do interior da Bahia, com foco na pesquisa em feiras livres, que servirá de base para a montagem de um espetáculo teatral a ser apresentado em feiras livres da cidade de Salvador em 2012.

Em paralelo a esse projeto, o grupo está em processo de montagem do seu segundo espetáculo, com título provisório de “As Caixas”, com previsão de estréia para o primeiro semestre de 2012, trabalhando com as poéticas de Teatro de bonecos e máscaras.